Minha felicidade... é sua inveja !

Nas duas últimas semanas alguns acontecimentos têm me feito refletir sobre como a felicidade alheia, por mais simples que seja, pode incomodar a uns e outros. É incrível como as pessoas perdem tempo e energia vitais tentando destruir a felicidade do próximo. Os piores são os mal-amados: aqueles que nunca conheceram o amor (ou conheceram e o perderam) e não têm a capacidade de regozijar-se com o sorriso de felicidade de uma pessoa apaixonada. Acho que o brilho dos olhos de quem possui um coração inundado de amor ofusca, cega, paralisa.
Mas há ainda aqueles que invejam nossa juventude, porque são velhos na idade mas, sobretudo, no espírito. São almas cansadas e velhas, que se permitiram apodrecer por seu próprio pessimismo. Há os que não suportam o sucesso profissional, os que desdenham da capacidade, da inteligência, da cultura e dos conhecimentos adquiridos por outrem.
São pessoas que não suportam a autenticidade, porque são covardes, fracas e imbecis ao ponto de não terem coragem para falar o que pensam e demonstrar o que sentem.
Em geral reconhece-se essas pessoas quando se reconhece suas principais características: arrogância, prepotência, indiferença... São pessoas que fingem ser o que não são, ter o que de fato não têm. Fingem ter 'status' social - e às vezes o têm, mas não o conquistaram por esforço próprio, mas por se apoiárem em alguém. Fingem ter dinheiro - e o que é pior, às vezes têm, mas não sabem o valor das coisas. Desconhecem o valor do trabalho, do labor diário, da conquista, da luta entre perdas e ganhos/acertos e erros. São pessoas alienadas, vazias e fúteis, que compensam sua debilidade com máscaras e aparências. E que se alimentam do tormento da felicidade alheia, de tão pobres de espírito que são.
A inveja não me atrapalha, pois dizem que um mal somente lhe atinge se você o aceita. E eu não aceito. Mas me preocupo com pessoas assim, pois são elas que esvaziam a fé que ainda insisto em manter no ser humano. Espero que essas pessoas usem sua energia a favor de si e do mundo e não contra o seu próximo. À vocês, meus fãs avessos, Luís Fernando Veríssimo:
"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".